"Vi em Roma, uma cidade de pescoços á espera que eu os mande cortar" - Caius Caligula

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Lei do Sal... O Início

Entra amanhã em vigor a lei que limita o teor de sal no pão, punindo o desrespeito com coimas entre 500 e 5000 euros. Ocupando o pão um lugar central na alimentação dos portugueses e provada que está a associação do sal à hipertensão arterial, os médicos acreditam que esta medida pode traduzir-se em benefícios para a saúde, nomeadamente a nível da prevenção de acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos” in Pasquim do povo, cognome, Correio da Manhã.
Como se o problema que mais urge resolver em relação aos AVCs e á Hipertensão Arterial, estivesse relacionado com a quantidade de sal que comemos, no pão…
Mais do que a hipertensão causada pelo excesso de consumo de sal que faz parte da confecção do pão, temos a hipertensão causada pelo desemprego, pelas longas filas à porta dos centros de saúde e nas urgências dos hospitais, pelo aumento dos impostos, pelos discursos dos idiotas dos políticos do mundo, pelo sobre endividamento, pelos despedimentos cada vez mais fáceis, pelas deslocalizações das principais unidades fabris de suporte às economias locais, para o leste europeu… A lista seria infindável.
Eis mais uma medida para dar trabalho ás ASAEs da Europa.
Agora é o pão, qualquer dia limita-se nos enchidos, nos pratos confeccionados nos restaurantes, até chegarmos ao ponto de racionalizar a compra do produto, limitando-o a x gramas por pessoa, dependendo a autorização de compra, do número de pessoas que compõem o agregado familiar…
Acabam-se as feiras de enchidos, de produtos regionais. Standariza-se a confecção do queijo…
Acaba-se com as características que tornam únicos, o Queijo de Azeitão, o Queijo da Serra (que já não é o que era antes da imposição das neo normas de higiene), o Queijo de Serpa  e de Avis.
Acabamos com o Painho Alentejano, com o Presunto Serrano, com a Farinheira Beirã e a Alheira de Mirandela.
Vamos acabar todos a comer plástico produzido em grandes laboratórios industriais, detidos por grandes magnatas.
Já faltou mais para “franchisar” todos os restaurantes que nos servem Cozinho à Portuguesa…
A cozinha, deixará de ser uma arte de sublimação de cheiros e sabores, para passar a ser comida apenas com os olhos e degustada em função dos compostos químicos que estritamente nos são necessários.

… E vamos todos para a cova felizes e… saudáveis.

Porreiro, pá!

4 comentários:

  1. Cova? Isso é para quem tem dinheiro, pá, da maneira como isto vai calha-nos uma vala comum e dá-te por contente! E olha que a ideia de partilhar o descanso eterno por cima ou por baixo do José Castelo Branco é suficiente para me dar já aqui um AVC!

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  2. Subscrevo tudo o que escreveste!

    Eu própria costumo dizer, que mais dia menos dia, voltamos ao sistema das cadernas e das senhas que o Governo Português nos tempos da guerra dava ao povo de forma a racionar os alimentos comprados. (Ou pelo menos, é o que me contam os meus avós)

    Qualquer dia e não pela escassez de víveres, mas pelas razões que apresentaste... Teremos o mesmo fatal destino.

    E já agora, partilho a opinião do Rafeiro, acrescentando: "nem por cima, nem por baixo"... Nem sequer ao lado! Medo!

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  3. Por baixo ou por cima do JCB??? Andas cá com umas ideias mais macabras... irra...!

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  4. Se é para criar um cenário deprimente, queres melhor que o JCB? Abraço!

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