"Vi em Roma, uma cidade de pescoços á espera que eu os mande cortar" - Caius Caligula

sábado, 28 de agosto de 2010

FMI - Fundo Monetário Internacional

Felizmente, há muitos que não se deixam enganar…
Interpretadores do passado e do presente… Visionários…
Pessoas com dois dedos de testa, que recusam a inclusão num grande rebanho mundial, liderado por meia dúzia de pastores sedentos de poder, dinheiro e sangue.
Pessoas que poderiam fazer a diferença e, dentro do que podem e sabem, bem o tentam…
Eu, tento com este blog que ainda (quase) ninguém lê…
Outros, com mais arte, lá se vão (ou iam) conseguindo fazer ouvir por mais gente e depois… depois têm a enorme e invejável capacidade de escrever autênticas obras de arte, para declamar e cantar, como por exemplo, a transcrita abaixo…
O texto, segundo o seu autor, “escrito de um só jorro”, numa noite de Fevereiro de 1979, espelha uma visão sem dogmas e sem preconceitos, sobre a ordem nacional e até mesmo mundial.
Está, obviamente, desactualizado nas personagens mas, mude-se o nome do Papa, dos grandes lideres mundiais, dos actores políticos nacionais e de uma ou outra telenovela e poderia ter sido escrito hoje…
Pois troquem um pouco do vosso tempo, pela leitura do texto abaixo e verão que não terá sido em vão. Tão-pouco, tempo perdido.



“Cachucho não é coisa que me traga a mim
Mais novidade do que lagostim
Nariz que reconhece o cheiro do pilim
Distingue bem o Mortimor do Meirim
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Há tanto nesta terra que ainda está por fazer
Entrar por aí a dentro, analisar, e então
Do meu 'attaché-case' sai a solução!


FMI Não há graça que não faça o FMI
FMI O bombástico de plástico para si
FMI Não há força que retorça o FMI


Discreto e ordenado mas nem por isso fraco
Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco
Enfio uma gravata em cada fato-macaco
E meto o pessoal todo no mesmo saco
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder
Batendo o pé na casa, espanador na mão
É só desinfectar em superprodução!


FMI Não há truque que não lucre ao FMI
FMI O heróico paranóico hara-kiri
FMI Panegírico, pro-lírico daqui


Palavras, palavras, palavras e não só
Palavras para si e palavras para dó
A contas com o nada que swingar o sol-e-dó
Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentas
E levas pela tromba se não te pões a pau
Num encontrão imediato do 3º grau!


FMI Não há lenha que detenha o FMI
FMI Não há ronha que envergonhe o FMI
FMI ...


Entretém-te filho, entretém-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalt'e-quer, messe gigantesca, vem-te vindo, vim na cozinha, vim na casa-de-banho, vim no Politeama, vim no Águia D'ouro, vim em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te arrulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Gandi, olha o Moshe Dayan que te traz debaixo d'olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o Astro, não é filho? O cabrão do Astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha-da-puta, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transacção e estás a pensar lá com os teus zodíacos: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? A-ni-ki-bé-bé, a-ni-ki-bó-bó, tu és Sepúlveda, tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de Sanzala em ritmo de pop-chula, não é filho? A one, a two, a one two three

FMI dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...


Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! 'Camóne' Luís Vaz, amanda-lhe com os decassílabos que eles já vão saber o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal,zás, enfio-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás, enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho? Pois, o irreversível, pois claro, o irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como dantes, agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Ora que porra, deixa lá correr o marfil, homem, andas numa alta, pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta merda dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal na quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) É pá, deixa-te disso, não destabilizes pá! Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata. Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa... Tá bem, essa merda da pide pá, Tarrafais e o carágo, mas no fim de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem... E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do... que dia é hoje, ah?

FMI Dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...


Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer-se dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-faxistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas é sempre o mexilhão, eu quero lá saber deste paleio vou mas é ao futebol, pronto, viva o Porto, viva o Benfica! Lourosa! Lourosa! Marrazes! Marrazes! Fora o arbitro, gatuno! Qual gatuno, qual caralho! Razão tinha o Tonico de Bastos para se entreter, né filho? Entretém-te filho, com as tuas viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tratando da saúde aos administradores, entretém-te, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sindicais, entretém-te filho, que a oposição parlamentar trata da saúde ao ministro do trabalho, entretém-te, que o Eanes trata da saúde à oposição parlamentar, entretém-te, que o FMI trata da saúde ao Eanes, entretém-te filho e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! Podes estar descansado que o Teng Hsiao-ping está a tratar de ti com o Jimmy Carter, o Brezhnev está a tratar de ti com o João Paulo II, tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza que tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de que a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te convencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Moel que se some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca consegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, finalmente o rio desaguou! Vão te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acho normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, afinfa-lhe o Bruce Lee, afinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o hoscópio, dois ou três ovniologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza filho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-chula, pop-chula pop-chula, iehh iehh, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a morte; não te chega para o cangalheiro? Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros, ah? Sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu ah? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu? José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra, anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal viver é? O menino é mal criado, o menino é 'pequeno burguês', o menino pertence a uma classe sem futuro histórico... Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, vá mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos! Deixem-me em paz porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos caralho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz caralho, saiam daqui, deixem-me sozinho, só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da puta, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, desopila o fígado, arreda, T'arrenego Satanás, filhos da puta. Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe...

Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...


Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de Lavacolhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.

Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.”



Por José Mário Branco


Afinal, Nem Tudo Está Perdido...



 Hoje, ao abrir o “Badaladas”, Jornal Regional que abrange a geografia da minha mui querida terra de adopção,  A Dos Cunhados, edição de 27 de Agosto (ontem), deparei na pág. 23, com um artigo sobre jornalismo português, assinado por um tal de Alexandre Fernandes…

O que passa despercebido à generalidade dos leitores (até porque não existe foto do autor), é que este “Alexandre, morador no quadrante oriental do Concelho de Torres Vedras (para não divulgar a povoação e assim, manter a sua privacidade), tem apenas 14 anos.
Debaixo dos seus 14 anos ainda frescos, escreve como um adulto, opinando de forma coerente, com ideias concretas e definidas.
Ainda, tem opinião sobre algo, que não musica, saídas á noite, cinema, internet ou roupa da moda …
Escreve (e não só neste artigo), sem trocar os “CHs”, os dois “Ss”, ou o fim das palavras por “X”, ou os “Os” que se lêem “Us” por “Us” ou “UHs”.
Vejo isto como uma lufada de ar fresco, no que considero tratar-se de uma geração de cultura medíocre e com um futuro em tudo, menos risonho.
Alguém com esta idade, que entende o “sentido das coisas”, que mostra apetência por “saber” e que tem interesse nas coisas do mundo real, nos tempos que correm, eu até arrisco afirmar que tens sérias possibilidades de ser vítima daqueles da sua geração, que nele vêem um inimigo da cultura suburbana que vinga nos dias de hoje, em que o que está a dar, é sexo, mentiras, youtube, muita net, dialectos ininteligíveis e muita porrada nos professores.
Ainda, estamos a falar do “Badaladas”…
O artigo a que me refiro, muito provavelmente, não teria lugar num jornal de tiragem nacional, até porque existem demasiados acidentes de viação, crimes, escândalos políticos e económicos para ocuparem as páginas desses jornais e, estes, tendo que se dobrar aos gostos de leitura dos portugueses, dão prioridade ao sangue…
Se, por acaso, o artigo a que me refiro, tivesse honras de edição num jornal maior, o nome do autor nunca iria aparecer. Provavelmente, seria assinado por alguém com nome na praça…
Os mais próximos do meio, bem sabem que muitos dos artigos que lemos em muitos jornais, são construídos, escritos por estagiários e, assinados pelo seu tutor de estágio…
Parabéns Alexandre, por marcares a diferença de uma geração e que muitos e muitas te sigam.
Segue abaixo o artigo a que me referi no início deste texto:

“Já se contam os meses que aqui não escrevo. Podia ter comentado tanta coisa. Da tragédia do Haiti, à tragédia na Madeira. Do “manso é a tua tia pá” de José Sócrates dirigido a Francisco Louça ou da mudança da ministra da Educação. Podia ter comentado a morte do escritor José Saramago como também a morte do jornal 24 Horas. Ou então ter falado do desemprego dos portugueses e do aumento do IVA. E agora no Verão falar deste calor que se faz sentir no nosso país ou então do caso de Francisco Leitão, que é suspeito de ter assassinado tês jovens. Feira de São Pedro ou Carnaval de Verão que ocorreu em Santa Cruz ou do Mundial onde o vencedor foi a selecção espanhola? Também podia ter escrito, tal como o ano passado, da prestação dos Portugal no Festival da Eurovisão. Portugal é tão pequeno, mas o que não falta são notícias que dêem que falar.
Já ninguém pode dizer que não há assuntos para falar, que já não há notícias para fazer, que Portugal já não tem novidades e que ninguém pode opinar algo sobre o país. Os jornalistas são os portadores “do que se passa por cá”. Todos deveriam gostar do jornalismo português. Tenho a certeza que nem todos os portugueses se apercebem disso. O jornalismo é muito importante para o país e para o mundo.
Como seria o país sem notícias? Como saberíamos o que se passava com o nosso país e com o mundo?
Admiro e respeito todos os jornalistas de Portugal, mesmo que errem, como todos erram por vezes a nível profissional. Não digo que o jornalismo seja maravilhoso, pois também tem os seus malefícios, tal como todas as profissões.”
By Alexandre Fernandes In “Badaladas” 

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Uma vitória estrondosa sobre a Europa. Lá disse alguém que os últimos serão os primeiros...

O nosso PM deve ter colocado qualquer coisa na água… ou até mesmo na cerveja que bebo… Não sei porquê, tenho sentido alguma falta de vontade de escrever sobre ele…
Mas é claro que não é possível passar ao lado das “excelentes noticias para a economia portuguesa” – segundo as suas próprias declarações, que são, termos o 4º pior crescimento em cadeia e ficado a meio termo na comparação homóloga, numa tabela constituída por 17 países europeus.
Portanto pelo raciocínio do dito cujo, concluo que ficar em último é uma excelente notícia e ficar a meio da tabela na comparação com igual período do ano passado, também…
Pergunto-me se este gajo bate bem da pinha, se acha que todos nós somos estúpidos, ou se na realidade, não será um infiltrado de uma qualquer seita fundamentalista que viu em Portugal, uma porta aberta para minar o Ocidente com políticas incompetentes que levam à auto-destruição.
Extrapolando este raciocínio para mais próximo do seu limite, será Pinto de Sousa um infiltrado da Al-Qaeda, mandado a Primeiro Ministro de Portugal pelo próprio Bin?
Será que Guantanamo ainda está operacional? Não excluiria a hipótese de lhe oferecer umas férias prolongadas nesse “Tarrafal” de Cuba, para tentar clarificar as suas verdadeiras intenções, a bem desta Nação que, apesar de tudo, me é querida.
Sim, porque ao contrário do que muitos dizem, eu acredito na generalidade dos portugueses. Apenas desconfio das suas capacidades para escolher políticos…

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Lei do Sal... O Início

Entra amanhã em vigor a lei que limita o teor de sal no pão, punindo o desrespeito com coimas entre 500 e 5000 euros. Ocupando o pão um lugar central na alimentação dos portugueses e provada que está a associação do sal à hipertensão arterial, os médicos acreditam que esta medida pode traduzir-se em benefícios para a saúde, nomeadamente a nível da prevenção de acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos” in Pasquim do povo, cognome, Correio da Manhã.
Como se o problema que mais urge resolver em relação aos AVCs e á Hipertensão Arterial, estivesse relacionado com a quantidade de sal que comemos, no pão…
Mais do que a hipertensão causada pelo excesso de consumo de sal que faz parte da confecção do pão, temos a hipertensão causada pelo desemprego, pelas longas filas à porta dos centros de saúde e nas urgências dos hospitais, pelo aumento dos impostos, pelos discursos dos idiotas dos políticos do mundo, pelo sobre endividamento, pelos despedimentos cada vez mais fáceis, pelas deslocalizações das principais unidades fabris de suporte às economias locais, para o leste europeu… A lista seria infindável.
Eis mais uma medida para dar trabalho ás ASAEs da Europa.
Agora é o pão, qualquer dia limita-se nos enchidos, nos pratos confeccionados nos restaurantes, até chegarmos ao ponto de racionalizar a compra do produto, limitando-o a x gramas por pessoa, dependendo a autorização de compra, do número de pessoas que compõem o agregado familiar…
Acabam-se as feiras de enchidos, de produtos regionais. Standariza-se a confecção do queijo…
Acaba-se com as características que tornam únicos, o Queijo de Azeitão, o Queijo da Serra (que já não é o que era antes da imposição das neo normas de higiene), o Queijo de Serpa  e de Avis.
Acabamos com o Painho Alentejano, com o Presunto Serrano, com a Farinheira Beirã e a Alheira de Mirandela.
Vamos acabar todos a comer plástico produzido em grandes laboratórios industriais, detidos por grandes magnatas.
Já faltou mais para “franchisar” todos os restaurantes que nos servem Cozinho à Portuguesa…
A cozinha, deixará de ser uma arte de sublimação de cheiros e sabores, para passar a ser comida apenas com os olhos e degustada em função dos compostos químicos que estritamente nos são necessários.

… E vamos todos para a cova felizes e… saudáveis.

Porreiro, pá!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ainda o Queiroz em Formato Breve...

Aproveitando a pausa do almoço para escrever umas linhas...

Será confusão minha, ou de todas as testemunhas abonatórias, apresentadas pelo Seleccionador Nacional, para refutar a sacanice de que está a ser alvo, não há um único elemento da Selecção presente ao último Mundial.
Aparentemente, nenhuns dos presentes no tal estágio em que o moço foi mal educado, vai testemunhar a seu favor?!

Será que não há nada a dizer em favor deste lunático, por parte de quem terá assistido aos factos? Preocupante sem dúvida...
De qualquer forma, o resultado desejável não irá acontecer. Queiroz continuará de pedra e cal para vergonha futura das prestações da nossa Selecção.
Para a próxima, eu propunha que ele colocasse o Ronaldo à defesa... Quem sabe?!  Poucas experiências novas faltarão fazer.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

... Dos Fogos

Em tempos, na empresa onde trabalho, assisti a uma acção de formação de prevenção e combate a incêndios, monitorizada por um formador da Escola Nacional de Bombeiros.

Este confidenciou-nos (e fez uma pequena demonstração prática) que um cigarro não tem suficiente poder de ignição para causar um incêndio florestal.

Por tudo o que é prática dizer-se na comunicação social, esta “confidência” não terá sido politicamente correcta, mas das duas uma…

Ou acreditamos no saber e experiência do formador, ou fomos formados por um lunático incompetente.

Ainda, o lixo existente nas matas, também não será suficiente para contribuir em grande escala para esta quantidade de incêndios. Se fizermos uma experiência com uma lupa, podemos verificar que se a colocarmos no ângulo certo com os raios solares, a concentração do feixe é tão intensa, que existe evidente poder de ignição.

MAS tem que ser no ângulo certo. Não parece muito provável, que o fundo de uma garrafa de vidro (que pode simular uma lupa), esteja tantas vezes no sitio certo e colocado no ângulo certo, para causar este efeito com frequência.

Fazendo fé no que nos foi ensinado, dos 500 fogos que chegaram a estar activos, em simultâneo em Portugal, podemos concluir que se deverão ou à queda de raios (estes, assumidamente, podem provocar incêndios), ou a negligência (pic-nics com o uso de fogo de forma leviana, ou queimadas fora de época) ou pura intenção criminosa.

Quando damos umas voltas pelas zonas mais densamente florestadas do país e que agora estão queimadas, não é nada invulgar assistir ao abate do que resta das árvores, para comercialização.

Tudo deixa pensar, a acreditar que os fogos não são nem negligentes, nem com origem em causas naturais (queda de raios), que existe uma vertente comercial muito forte que tem todo o interesse nestes incêndios, podendo adquirir, desta forma, matéria prima mais barata.

Então, e se tudo o exposto acima é verdade, é fácil diminuir drasticamente o número de incêndios que assolam o país todos os anos. Basta proibir a comercialização da madeira queimada ou, (mais soft) legislar para que esta tenha que ser substancialmente mais cara do que a madeira verde.

E porque não se legisla nesse sentido? Porque, provavelmente, estamos a chocar com os interesses económicos de meia dúzia de poderosos e, não é a Assembleia da República que manda neste país, mas sim o grande poder económico.

Eu, se pertencesse a uma daquelas aldeias que todos os anos é ameaçada pelo fogo, juntava a população e começava por dar uma valente carga de porrada nos gajos que aparecem pós-fogos a cortar a madeira queimada!

A justiça feita pelas próprias mãos, é feia, mas pode ser a única, quando a outra não funciona.

Ou então, o gajo que nos deu a formação, ou era louco, ou era sócio de uma qualquer empresa de comercialização de madeiras.

Eu, pelo sim, pelo não, não deito beatas janela fora quando conduzo, a não ser que esteja a chover.

domingo, 8 de agosto de 2010

A Cultura Geral e a Importância das Coisas... Ou de Coisa Nenhuma

Pergunta alguém a alguém no Facebook: - O que é o Farmville?
Ao que outro alguém responde: - Não sabes o que é o Farmville? Isso é cultura geral, pá!
E vem um terceiro: - Cultura geral? Cultura geral são as coisas importantes, pá!
E pronto! Para além de ninguém acabar por responder à simples pergunta e o(a) dito(a) cujo(a) continuar sem perceber o que é o raisupartiça do Farmville, Albert Heinstein acabou de dar algumas piruetas seguidas de 10 mortais no túmulo, porque estes interlocutores não aprenderam nada sobre a Teoria da Relatividade!!!!!
Tá bem. Um gajo até pode aceitar que "cultura geral" seja um conjunto de conhecimentos importantes.
A porca torce o rabo (e o Einstein se tivesse cauda, também), é quando passamos ao conceito de "coisas importantes".
Certamente que o Farmville não tem nenhuma importância para quem não o conhece e, admito, também para muitos que já conhecem (como eu)...
Mas não será importante para quem lá passa 3, 4, 5, 6, 7, 8 horas por dia, ou até mais? Se um jogo (Farmville ou outro) nos leva um terço da nossa vida durante meses ou mesmo anos, não passa ele mesmo a ser importante para esses que o usam?
É importante, certo? Então é cultura geral!
Tudo é relativo. Também a cultura é relativa (um conjunto de conhecimentos que são úteis para a descoberta de novos conhecimentos, uma identidade de uma pessoa, ou de um povo, o conjunto de valores que regem uma sociedade ou um conjunto de pessoas ou mesmo até, um único individuo)...
Cultura geral é cultura e nada mais que cultura... ponto!
A importância que cada um, cada sociedade, cada grupo de pessoas lhe dá, é relativa. Está correlacionada com os próprios valores que regem a sua própria vida.
Não desprezem as coisas a que outras pessoas dão valor, como não queremos que desprezem aquilo a que nós damos valor.
Cultura geral, é o conjunto de todo o conhecimento, de todos os conhecimentos, independentemente da importância que lhes damos, porque o que não é importante para nós, sê-lo-á para alguém.
Não menosprezem o Farmville. Ele será de importância vital, quanto mais não seja, para quem recebe um ordenado para o desenvolver.


sábado, 7 de agosto de 2010

Antologia De Uma Filha-da-Putelhice

Antes de passar ao que verdadeiramente, me faz escrever este artigo, que fique bem claro o seguinte:
a) Nunca apoiei a escolha de Carlos Queiroz para Seleccionador Nacional;
b) Sempre o achei incompetente para tal cargo, entendendo que ele é bom a trabalhar putos, mas incapaz de gerir um balneário de gajos de barba feita que ganham mais do que ele;
c) Considero-o um ideólogo, incapaz de rentabilizar as potencialidades reais dos jogadores, optando antes por tentar que estes se adaptem ás suas teorias;
d) A história deste último mundial, só veio dar-me razão.
Esclarecidos os pontos anteriores, olhando à minha volta e ouvindo e lendo o que sempre por aí se foi dizendo, cedo se concluiu que a única pessoa que gosta(va) do Queirós, é o velho Madaíl.
É impossível esconder o facto de que ele agora é acusado (de comportamentos impróprios no estágio pré fase final do Mundial), ter sido no "tempo da Maria Cachucha". Passou-se demasiado tempo, desde a altura em que tal comportamento surgiu até o assunto ter entrado em juízo. Demasiado tempo, para que a verdadeira intenção de apurar um comportamento impróprio e atribuir as sanções devidas (ou não) passe na opinião das pessoas mais sensatas.
A verdade é que Portugal não quer o Queiroz. Se já o não queria, as suas opções em campo, a prestação da Selecção Nacional no seu conjunto e o resultado muito aquém de nos dignificar devidamente, já não dão espaço á tolerância e, a FPF está de mãos atadas e não sabe o que fazer.
Não sabe o que fazer porque o gajo despejou cimento à volta das pernas e deixou-o secar (Não se pira);
Não sabe o que fazer porque o gajo é demasiado caro para despedir sem justa causa;
Não sabe o que fazer porque tratou-se de uma escolha pessoal do Madaíl, e esse gajo não pode vir agora para a praça pública dar a sua própria escolha como incompetente sem cair também;
Então o que fazer?
Vamos procurar algo no passado por onde dê para pegar... Olha! E se for aquela cena em que o gajo chamou de maus, os médicos do anti-doping?
Alguns terão dito que seria fraco argumento, mas depressa terão concluído que seria o úncio em que pegar.
E agora montam o circo e vão tentar justificar uma saída sem ter que largar muito guito.
Desenganem-se os portugueses. Isto é tão fraco, mas tão fraco, comparado com a pêra que o Filipão deu no outro gajo em campo e que só lhe valeu uma multa, que a coisa vai ficar por aqui...
E o gajo vai-se embora? Não!
E vão despedir o gajo com justa causa? Não vão ter argumentos.
E vão despedir o gajo sem justa causa? Não têm €€s para isso.
Portanto, se querem o Queiroz na rua, vão ter que lhe armar uma outra ratoeira mais bem montada que esta não colou.
Mais... Foi uma filha-da-putelhice com contornos, eu diria mesmo, amadores.
Quanto a mim, se este incompetente ainda cá estiver para a fase final do próximo europeu, nem ligo a televisão.

As Faces de José Sócrates Pinto de Sousa

Vítima
Uma imagem de grande efeito dramático, com uma força tremenda quando apanhada com a bandeira da Nação por trás.
Transmite a ideia de um eterno e incompreendido lutador da Pátria, sempre assolado por pessoas e entidades que não compreendem a magnitude da sua bondade e o seu espírito de constante abnegação em nome de Portugal.








Vingativo

O típico efeito observado quando Paulo Portas ou Francisco Louça estão a discursar no Parlamento.








Retórico



O típico síndrome de manobrar fantoches que imprime às suas mãos, quando nos tenta convencer, vem do sub-consciente.






Queixinhas

Conversas secretas com a malta do bairro a combinar uma carga de porrada ao Louçã e ao Portas. A mão na boca, serve para esconder das objectivas o movimento dos lábios, evitando assim, a constituição de provas.






Nervoso
Uma imagem muito comum, às primeiras horas das madrugadas de Sexta Feira, antes da saída do "Sol" para as bancas.








Mentiroso
Este, é de facto, o verdadeiro perfil do Sócrates, sendo cada vez mal difícil aos editores de imagens dos orgãos de comunicação social, o trabalho de edição, para lhe diminuir o tamanho do nariz, antes que as imagens saiam.








Lacaio
O típico semblante sorridente, de "criado" para "patrão", a que Sócrates já nos habituou sempre que aparece em público com o patrão de outro país.






Invencível
Uma imagem muito copiada, mas raramente captada. Só surge após as vitórias nas eleições e para as fotografias oficiais.












Gozão
Esta imagem, é muito captável, quando Sócrates se esgrima no parlamento com os partidos de menor representação... "Are you talking to me?"












Furioso
Não... Não é quando é vítima de supostas injustiças. É quando alguém descobre a merda que ele anda a fazer. Um misto de fúria e amuo...










Atiçado
Querem ver o Sócrates de mão no quadril como as varinas dos mercados de Lisboa? Chamem-lhe manso!









Apanhado em Falso
Antes de conseguir chegar à fala com o Pinto Monteiro e com o patrão dos juízes, quando se descobrem as merdas, para garantir que tudo fica em "águas de bacalhau".










A Cegar...

... e com os olhos congestionados. Quando a fúria sobe e começa a ser dificl contê-la.















Aflito
Sócrates, sempre confiante, é raro ver-se assim. Trata-se, portanto, de uma imagem rara que deve ter sido captada numa pré valente caganeira... Podia ter sido durante a viagem a Angola... Aquelas águas....







Espectante
Apesar de dominar muito bem, todas as instâncias de poder em Portugal, resta sempre a dúvida de uma traiçãozita atrás da esquina. Nunca fiando, antes do PGR ou do PSTJ virem a público confirmar a sua inocência...











sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Genética Tuga

São 00h20m do dia 7 de Agosto de 2010.
Um salto cibernético ao Correio da Manhã Online e eis as ofertas disponíveis na página de abertura:

Loures: Dois feridos em assalto a loja

“Não passo cartão ao sindicato” - Citação de Pinto Monteiro

...

Se esquecermos por momentos, a paixão louca que, como bons portugueses que somos, temos pelo sangue e desgraça alheios, vale a pena analisar porque é que só o que é má notícia, é notícia...
Ok... O Correio da Manhã exagera e não será o melhor dos exemplos, aliás, é o "pasquim" por excelência, mas abrindo outras páginas de outros jornais generalistas, o conteúdo não é muito diferente.
Normalmente, boas notícias resumem-se a bons (raros) resultados desportivos.
Será isto causa, ou consequência da nossa conhecida vocação para o fado?
Será por causa destas linhas editoriais que temos tendência para abrandar nas autoestradas, quando assistimos a um acidente em sentido contrário, tentando contar o número de peças de carne espalhados pelo chão, para mais tarde, confortavelmente e de forma excitante, podermos contar à vizinha do lado o horror do cenário e os inúmeros pesadelos com que fomos brindados, causando com isto, muitas vezes, enormes engarrafamentos... Ou serão as linhas editoriais deste e outros pasquins, condicionadas por esta nossa, provavelmente, genética vocação para o deleite com o macabro?
Extrapolando para o quotidiano do estado da Nação e, não restando já dúvidas, de que temos a classe política que merecemos, nós gostamos de estar há mais de 130 anos a chafurdar na merda, não gostamos?
Nem poderíamos ser totalmente felizes, se não tivéssemos uma enorme crise económica, baixos salários, políticos corruptos, emprego precário, uma justiça que não funciona e um sistema de saúde que está mais interessado em encher as morgues, do que em manter as vidas... Já para não falar num sistema de ensino, sem sistema...
Para quando um jornal sério em todas as mesas dos cafés de portugal?

Pergunte-se a Cavaco Silva

"Tenho umas perguntinhas a sugerir à nossa prestimosa comunicação social, que anda sempre com falta de assuntos e é muito distraída.
A quem é que Cavaco e a filha compraram, em 2001, 254 mil acções da SLN, grupo detentor do BPN?
O PR disse há tempos, em comunicado, que nunca tinha comprado nada ao BPN, mas «esqueceu-se» de mencionar a SLN, ou seja, o grupo que detinha o Banco.
Como as acções da SLN não eram transaccionadas na bolsa, a quem é que Cavaco as comprou?
À própria SLN?
A algum accionista?
Qual accionista? (Sobre este ponto, ver adiante.)
Outra pergunta que não me sai da cachimónia:
Como é que foi fixado o preço de 1 euro por acção?
Atiraram moeda ao ar?
Consultaram a bruxa?
Recorreram a alguma firma especializada?
Curiosamente, a transacção foi feita quando o BPN já cheirava a esturro, quando o Banco de Portugal já «andava em cima do BPN», ao ponto de Dias Loureiro (amigo dilecto de Cavaco e presidente do Congresso do PSD), ter ido, aliás desaconselhado por Oliveira e Costa, reclamar junto de António Marta, como este próprio afirmou e Oliveira e Costa confirmou.
Outra pergunta:
Cavaco pagou?
E se pagou, fê-lo por transferência bancária, por cheque ou em cash? É importante saber se há rasto disso.
Passaram dois anos.
Em carta de 2003 à SLN, Cavaco alegadamente «ordenou» a venda das suas acções, no que foi imitado pela filha. Da venda resultaram 72 mil contos de mais valias para ambos. Presumo que essas mais valias foram atempadamente declaradas ao fisco e que os respectivos impostos foram pagos. Tomo isso como certo, nem seria de esperar outra coisa.
Uma coisa me faz aqui comichão nas meninges. Cavaco não podia «ordenar» a venda das acções (como disse atrás, não transaccionáveis na bolsa), mas apenas dizer que lhe apetecia vendê-las, se calhasse aparecer algum comprador para elas. A liquidez dessas «poupanças» de Cavaco era, com efeito, praticamente nula. Mas não é que o comprador apareceu prontamente, milagrosamente, disposto a pagar 1 euro e 40 cêntimos de mais valia por cada acção detida pela família Cavaco, quando as acções nem cotação tinham no mercado.
E quem foi o benemérito comprador, quem foi?
Com muito gosto esclareço, foi uma empresa chamada SLN Valor, o maior accionista da SLN.
Cito o Expresso online:
«Cavaco Silva e a filha deram ordem de venda das suas acções, em cartas separadas endereçadas ao então presidente da administração da SLN, José Oliveira Costa. Este determinou que as 255.018 acções detidas por ambos fossem vendidas à SLN Valor, a maior accionista da SLN, na qual participam os maiores accionistas individuais desta empresa, entre os quais o próprio Oliveira Costa.»
Ou seja, Oliveira e Costa praticamente ofereceu de mão beijada 72 mil contos de mais-valias à família Cavaco. E se foi Oliveira e Costa também a fixar o preço inicial de compra por Cavaco, então a coisa é perfeitamente clara.
Que terá acontecido entre 2001 e 2003 para as acções de uma empresa que andava a ser importunada pelo Banco de Portugal terem «valorizado» 140 %?
Falta, neste ponto, esclarecer várias coisas, a primeira das quais já vem de trás:
1. a quem comprou Cavaco e a filha as acções?
2. terá sido à própria SLN Valor, que depois as recomprou?
3. porque decidiu Cavaco vendê-las? Não tendo elas cotação no mercado, Cavaco não podia a priori esperar realizar mais-valias.
4. terá tido algum palpite, vindo do interior do universo SLN, só amigos e correligionários, para que vendesse, antes que a coisa fosse por água abaixo?
5. terá sido cheiro a esturro no nariz de Cavaco? Isso é que era bom saber!
6. porque quis a SLN Valor (re)comprar aquelas acções? Tinha poucas?
7. como fixou a SLN valor o preço de compra, com uma taxa de lucro bruto para o vendedor de 140% em dois anos, a lembrar as taxas praticadas pela banqueira do povo D. Branca?
E já agora, se Cavaco Silva é tão preocupado com a pobreza e a inclusão dos cidadãos mais desvalidos, por que não aufere apenas o ordenado de Presidente da República?!
Será porque é mal pago e tem que acumular com as reformas de professor, do Banco de Portugal e de primeiro-ministro?!
Se estivesse sinceramente preocupado com os pobres e a recuperação das finanças do Estado, não deveria e poderia dar o exemplo e renunciar às reformas enquanto estivesse no activo?! Antes do Governo do dito senhor era assim, só se auferiam as reformas depois de deixar completamente o activo e os descontos eram englobados e pagas numa única prestação!
Que espera o professor para dar um exemplo de Catão como é o do seu apoiante Ramalho Eanes, o único que renunciou ao pagamento de muitos milhões que o Estado lhe devia?
Afinal o dinheiro de todos e que é dos nossos impostos tem um valor muito diferente, consoante a moral dos governantes sérios e dos que se governam …
Por hoje não tenho mais sugestões de perguntas à comunicação social."

Recebido por e-mail, Autor Desconhecido (mas atento...)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

CNPD Vs Google

A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) proibe a Google de fotografar ruas portuguesas, para o serviço StreetView ( http://www.publico.pt/Tecnologia/comissao-de-proteccao-de-dados-proibe-google-de-fotografar-ruas-portuguesas_1450066 ).
O principal argumento, tem a ver com a - protecção da /direito à - privacidade das pessoas.
Por mim, que não tenho nada a esconder de ninguém, não vejo qualquer sentido nisto. Entendo o serviço StreetView da Google ( http://www.google.com/intl/en_us/help/maps/streetview/ ) , como uma valiosíssima ferramenta de pesquisa e é de facto, uma perda que este serviço não possa evoluir.
A principal questão, prende-se com o facto de o sistema conter algumas falhas e por vezes, alguns rostos ou matrículas de viaturas, não estarem devidamente esbatidos e por isso, inidentificáveis.
Ainda, existe o argumento de que, ampliações às fotografias publicadas, poderem mostrar detalhes que não são visíveis a olho nu.
Agora, ficam várias perguntas no ar:
1 – Não é a rua um espaço público e, como tal, sem privacidade por definição?
2 – Qual é a diferença entre o que este serviço mostra e uma fotografia de um qualquer fotógrafo, amador ou profissional, que acaba por ser publicada?
3 – Porque é que a CNPD não se preocupa também com as publicações com origem em trabalhos de paparazzi, muitas vezes com base em fotos captadas contra a vontade expressa dos famosos?
4 – Onde, de facto, está a diferença entre o captado por este serviço e o que capta qualquer máquina de qualquer fotógrafo, no espaço exterior (público).
5 – Porque não se proíbe também a verdadeira invasão de privacidade, alimentada por histórias muitas vezes mentirosas, de que vivem as revistas de fofocas, ditas “cor-de-rosa”?

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Vítimas Inocentes ou Culpados Inteligentes?

O nosso PM reavivou a moda ou corrente de vitimização política, para chegar ao coração das massas.
Não é que se trate de uma estratégia inédita, mas este gajo tem-na usado de forma exacerbada como nunca outro PM o fez.
Verdadeiro especialista em retórica, justiça lhe seja feita, tem vindo a optar, ao longo das, última e actual, legislaturas, por um discurso de vítima injustiçada, sempre que se levanta a ponta do véu sobre as suas práticas “menos nobres”.
Agora é Pinto Monteiro que adoptou o “discurso do desgraçadinho”, ao comparar os seus poderes a Sua Majestade, a Rainha de todos os idiotas, Isabel II.
Quando não podem provar a inocência, deixam-nos num limbo de dúvida. É o melhor que conseguem…
Penso que quando se trata da classe política que nos governa, da classe jurídica que tem o poder de manipular a nossa vida em liberdade, não se concluir que se é culpado, não basta! É preciso ter provas de inocência. O exemplo moral de quem nos dita regras, assim o exige. Tratam-se de indivíduos que têm responsabilidades sociais acrescidas e devem primar pelo “exemplo”. Através dos cargos que ocupam, têm um poder excepcional. Assim, devem também ter obrigações excepcionais.
Nunca se provou que Sócrates é um legítimo licenciado.
Nunca se provou que Sócrates não tentou manipular a TVI.
Nunca se provou que Sócrates não esteve por trás da tentativa da PT de comprar a TVI.
Ainda não se provou que Sócrates não recebeu luvas pela aprovação do Projecto FreePort.
E… lembrem SEMPRE o passado, para que ninguém esqueça:
Nunca se provou que o Pedroso não andou a comer meninos da Casa Pia.
Nunca se provou que Ferro Rodrigues não meteu cunhas para a filha ter um alto cargo sem justificação curricular.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Teorias da Conspurcação

A história recente tem vindo a demonstrar:
O nosso Primeiro Ministro é intocável e pode fazer toda a trampa que lhe apetecer que nada lhe acontecerá enquanto tivermos quem temos à frente da Procuradoria Geral da República e do Supremo Tribunal de Justiça.
O Poder ocidental tem uma longa tradição maçónica, mais ou menos assumida. São eles, os Maçons, que detêm o verdadeiro poder e como “irmãos” que são, têm como principal objectivo, a defesa da irmandade e dos seus acólitos.
Eles colocam-se em posições estratégicas e encobrem-se uns aos outros.
A intocabilidade de quem governa, deixa transparecer isso mesmo. As instituições políticas e jurídicas, são independentes na Lei, mas sê-lo-ão na prática se quem governa cada uma delas tiver laços entre si, por exemplo, maçónicos?
Não é segredo para ninguém que o “pai” do Partido Socialista português, é um maçom mais ou menos assumido, embora de uma escola laica. Deixaria ele, chegar à frente do partido que fez nascer, alguém que não fizesse parte do “clube”? Parece-me que não…
É claro que eles são corruptos, é claro que eles se vendem, é claro que tudo isto não passa de um jogo de trafico de influências onde quem pode manda, quem deve, obedece… E é claro que o circo está montado para que nunca nada que possa provar a sua falta de integridade, alguma vez se concretize.

Renascendo

Em tempos, fui um assíduo frequentador da blogoesfera, com o Blog “Mel na Língua”, onde procurei denunciar sem barreiras e sem fobias, tudo o que entendi merecer ser denunciado, no mundo em geral e em Portugal em particular.
Por razões de ordem pessoal, parei de o fazer e, simplesmente removi o blog e todos os seus conteúdos, sendo eles, neste momento, irrecuperáveis.
Mas renasci para a blogoesfera! A recente visita a alguns blogs de uns amigos, infectou-me de novo com o “bicho” de escrever o que me vai na alma.
Cá estou eu de novo, com o Mel na Língua II, para seguir a mesma linha editorial e para fazer a vida negra a quem não tem o mínimo de respeito pela generalidade dos Cidadãos.
Perdoem-me os defensores do acordo ortográfico… Já estou velho para aprender novas regras!
A todos, sejam bem-vindos. Todos os comentários serão aceites sem passagem pela censura!