"Vi em Roma, uma cidade de pescoços á espera que eu os mande cortar" - Caius Caligula

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A Rasteira da Velha Raposa


Passo Coelho revelou, assim que tomou posse como dirigente máximo do PSD, o quão verdinho é nestas coisas da direcção política á séria…
Entrou num “acordo de cavalheiros” com o Sócrates, comprometendo-se a aprovar o último aumento de impostos, se o Governo efectuasse cortes na despesa pública.
Só se esqueceu foi que nestas coisas da política em geral e, deste Governo em particular, não existem cavalheiros…
Depois, vendo que o acordo não foi cumprido do lado do Governo, amuou e jurou com quantos credos tinha, que não falava mais com o Sócrates a sós e ainda, que não aprovaria nenhum Orçamento de Estado que implicasse mais aumentos de impostos…
Precipitado que é, por força da falta de prática nestas andanças da velhaca política, está num beco sem saída!
Está encurralado (não o Sócrates, mas o próprio Passos Coelho), porque se o Orçamento não for aprovado, o país fica ingovernável e é nas suas mãos que está o ónus dessa aprovação.
O Sócrates está-se marimbando, porque sem Orçamento, tem legitimidade política para se demitir e o foco da ingovernabilidade, vai apontar para Passos Coelho…

Assim, tem duas hipóteses:

1 – Faz passar o orçamento e deixa cair a sua palavra na lama, mas Portugal segue em frente e a credibilidade nos mercados financeiros, poderá estabilizar;
2 – Mantém a sua palavra e o País entra no caos, porque sem Orçamento não há Governo, não há credibilidade internacional e o fundo do poço fica cada vez mais próximo.
Das duas formas, Passos Coelho perde e isto foi o golpe de misericórdia do Sócrates, no principal partido da oposição…
Resta saber se perde só Passos Coelho, ou perdemos todos. Está nas suas mãos.
Eu acho que isto só lá vai com um valente golpe de estado e, se assim não for, a alternativa é ter mais do mesmo e isso só se conseguirá (infelizmente) com a aprovação do Orçamento e consequente descrédito de Passos Coelho.
Se não querem a alternativa do golpe de estado, então, vamos ver agora, se Passos Coelho tem o espírito estadista à frente do espírito partidário e, contra os seus próprios interesses, coloca Portugal em primeiro lugar.

Ninguém quer este Orçamento de Estado e ninguém quer mais impostos, mas com o bate-pé do Governo (que já sabemos que pode, quer, manda e está-se a borrifar para a população que empobrece cada vez mais e todos os dias), não há outra hipótese que a aprovação...

2 comentários:

  1. Portanto a solução é nós darmos um tiro na cabeça... Não sei se é tempo de revolução (essas cenas com tiros e sangue são aborrecidas) mas que é necessário o surgimento de um "messias" político, sem dúvida. Só que eu ando com pouco tempo, e tu?

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  2. Eu cá não me sinto competente para isso e não sou como o Sócrates... Se fosse, candidatava-me.

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